Orçamentos

Live discute a importância do orçamento em obras públicas
23 de abril de 2021 | Por Natália Tokuzumi

“O principal objetivo do orçamento em um projeto de engenharia é garantir que a obra fique pronta”. Este foi uma das observações feitas pelo CEO da Barufi Consultoria, André Barufi, durante live sobre a importância do orçamento em obras públicas, promovido pela Inove Capacitação.

Durante o encontro, que contou ainda com a participação do perito em engenharia civil do Ministério Público Federal, Daniel Paglia, foram discutidos diversos aspectos do processo de elaboração orçamentária em obras públicas, como os mecanismos de ajuste do orçamento e os impactos da pandemia do Coronavírus na precificação.

De acordo com Barufi, a precisão da proposta orçamentária de uma obra depende da qualidade das informações disponíveis para sua elaboração. “O orçamentista não pode se isentar da responsabilidade de precificar o projeto. Para o que não houver precisão nos dados ele deve buscar informações e estabelecer premissas”, afirmou.

A relevância da projeção orçamentária fica evidente nos riscos inerentes a eventuais imprecisões verificados nesta etapa do projeto. De acordo com Barufi, um erro de 10% no orçamento de uma obra pode comprometer não apenas o resultado do projeto, mas a própria empresa.

“Dependendo do tamanho do projeto e do porte da empresa, ela pode quebrar”, afirmou Barufi.

Com nove anos de experiência como perito do MPF, Paglia acrescentou que quando há imprecisões relevantes em orçamentos de obras públicas a tendência é que se busquem mecanismos de compensação a fim de reduzir os impactos financeiros e permitir a conclusão da obra.

“Quando há um erro no orçamento, começam as gambiarras, pois é preciso aprovar um custo maior, cuja origem é a falha no projeto. Isso compromete o empenho e o pagamento à empresa executora. Cria-se uma relação em que todos perdem”, destacou Paglia.

 

Orçamento é elemento estratégico do projeto

Outro ponto abordado durante a live foi o caráter estratégico do orçamento de uma obra pública. O andamento dos trabalhos e a própria conclusão do projeto, com a entrega de um novo ativo à sociedade, dependem de uma boa proposta orçamentária, que deve considerar os diferentes aspectos que influenciam sua execução.

Segundo Barufi, por ser a linha de base do investimento a ser realizado, o orçamento precisa ser elaborado considerando o contexto específico de cada obra. Não há uma “fórmula de bolo” que possa ser replicada na precificação de diferentes projetos.

Como exemplo destas diferenças de contextos, Barufi cita a questão climática, sob a qual atuam variáveis como o local onde se executa a obra e a época em que se realizam os trabalhos. “Um serviço de terraplanagem que você projeta em quatro meses, mas tem início em outubro no Norte do país, simplesmente não sai, pois vai chover até fevereiro”, pontuou.

 

Barufi e Paglia também discorreram sobre o caráter dinâmico do orçamento especialmente em obras públicas, nas quais é preciso respeitar uma série de trâmites legais que precedem a execução do projeto. 

“O órgão público parte de um orçamento para fazer um projeto. Ele leva, às vezes, cinco anos para conseguir o dinheiro. Então, ele licita um projeto que está completamente defasado e o orçamento precisa ser reajustado”, destacou Paglia.

Este caráter dinâmico da precificação em obras públicas exige dos gestores conhecimento quanto aos mecanismos de correção do projeto, que pode ser objeto de aditivos, supressões, reajustes ou reequilíbrios orçamentários, conforme previsto na legislação brasileira

 

Confira  a íntegra da live com André Barufi e Daniel Paglia no canal da Inove Capacitação, no Youtube, através desse link.

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