Aviação Civil

Infraero quer aumentar capacidade de voos no aeroporto de Congonhas
29 de julho de 2022 | Por RedLoymaker

O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, um dos mais movimentados do país, opera hoje com 32 a 33 pousos e decolagens por hora na aviação comercial. Porém, essa atual capacidade de operação pode mudar antes mesmo do leilão dos aeroportos: segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), estatal que administra Congonhas, deseja adicionar de três a quatro movimentos por hora no terminal. 

O governo tem pressa para receber a autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) antes do leilão marcado para agosto, alegando que os investimentos realizados pela Infraero já seriam suficientes para suportar um aumento na operação de Congonhas. A expansão é um assunto que vem sendo debatido há certo tempo no setor, gerando uma disputa acirrada entre as companhias aéreas.

A competição por slots

Mesmo sem definição da Anac sobre as novas regras de distribuição de slots (autorizações para pousos e decolagens) em Congonhas, a recente decisão da Infraero aumentou os debates sobre a expansão do ativo. Segundo relatório da BTG Pactual, há espaço para a Azul atingir mais de 80 slots no aeroporto até 2023, aumentando sua participação de mercado em Congonhas de 7% para cerca de 15%.

O pedido da Infraero também vem sendo interpretado como uma forma de atrair mais investidores para o leilão marcado para agosto. Até o momento, a Anac informou que a solicitação está em análise e que ainda aguarda mais informações da Infraero sobre infraestrutura aeroportuária e segurança operacional.

Abear: terminal de passageiros deve ser prioridade

Antes de expandir a quantidade de voos, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) defende que é preciso realizar “investimentos significativos no terminal de passageiros”.

Em nota, a associação, que tem entre suas associadas a Gol e a Latam, disse que os recentes investimentos na principal pista do aeroporto de Congonhas propiciam um aumento seguro no número de pousos e decolagens, mas ressaltou que seria necessário melhorar o terminal de passageiros antes de colocar em prática tal expansão.

“[O investimento] deve ser realizado em itens como pontes de embarque, pórticos de raio x, portões de embarque remoto e demais itens necessários à qualidade adequada do atendimento aos clientes, prevenindo assim qualquer risco de grandes problemas, principalmente em casos de recuperação da malha aérea por interrupções meteorológicas”, disse em nota a Abear.

A associação ainda defendeu a necessidade de melhorias na infraestrutura de embarque e desembarque pois a mesma já estaria “bastante saturada” nos horários de pico. Segundo a Abear, esse investimento poderia ser realizado ainda na gestão da Infraero ou pela empresa concessionária que assumir o aeroporto após o leilão.

Aumenta pressão de moradores contra expansão

O possível crescimento de voos fez aumentar a pressão de moradores do entorno de Congonhas, preocupados com diversos problemas envolvendo a operação do aeroporto, como qualidade do ar, poluição sonora e aumento do risco de acidentes.

Na última segunda-feira, dia 25 de julho de 2022, um grupo de associações de bairros vizinhos, acompanhados do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, foi recebido pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, para tratar do assunto. Em junho, uma lista com diversas preocupações foi apresentada em audiência pública na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

“Nossa posição não é contra a concessão do aeroporto, mas contra o trator que está passando para fazer a toque de caixa. Uma privatização bem feita pode gerar muito mais caixa para o governo”, disse Guilherme Canton, presidente da ANMA, associação de vizinhos de Moema, bairro da zona sul de São Paulo.

Concessão de aeroportos se aproxima

A 7ª rodada de concessão de aeroportos, que inclui o Aeroporto de Congonhas e mais 14 ativos, está marcada para o dia 18 de agosto na B3. No último dia 22 de julho, sexta-feira, houve sessão pública de tira-dúvidas presencial e com transmissão ao vivo sobre o leilão.

O objetivo foi apresentar aos proponentes, investidores e interessados a dinâmica que será adotada no dia do leilão. Além disso, houve simulação com lances aleatórios e espaço para dúvidas sobre os procedimentos que deverão ser seguidos durante o leilão. As informações apresentadas durante a sessão de esclarecimentos podem ser acessadas clicando neste link.

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