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Estradas ruins aumentam em mais de 30% custos operacionais do transporte
17 de dezembro de 2021 | Por Equipe Barufi

A Pesquisa CNT de Rodovias 2021 não escancarou apenas o alto investimento necessário para ampliação ou modernização das estradas brasileiras. O levantamento divulgado pela entidade demonstrou outras despesas importantes, resultado da pouca qualidade de nossas vias.

O custo operacional do transporte de cargas, por exemplo, sofre um acréscimo de 30,9% por conta das estradas precárias. Já os acidentes registrados nas rodovias ruins do país geraram cerca de R$ 8,85 bilhões em gastos, somente entre janeiro e setembro de 2021.

São números tão impressionantes quanto a estimativa de que nossas estradas precisam de pelo menos R$ 82,5 bilhões apenas para restaurações e manutenção, conclusão do mesmo estudo. E deixam claro o quanto o investimento em infraestrutura de transportes é essencial para o desenvolvimento do país.

 

Efeito cascata

Problemas nas estradas provocam uma série de gastos extras no transporte. Rodar em rodovias ruins aumenta as despesas com manutenção dos veículos. Também exige maior potência dos motores, o que gera mais desgaste e maior consumo de combustíveis. As condições de trabalho dos motoristas também são negativamente impactadas  e o risco de acidentes é maior.

O crescimento dos custos operacionais em virtude das estradas ruins produz um efeito cascata. Ao impactar o serviço de transporte, compromete a rentabilidade das empresas. No estágio final deste ciclo está o repasse dos custos ao produto final, onerando a sociedade como um todo.

A pesquisa CNT de Rodovias 2021 mostra que a elevação dos custos operacionais é proporcional ao estado das rodovias. Assim, nas regiões do país com piores estradas, as despesas com transportes são maiores. 

No Norte, onde 75,5% das estradas apresentam algum tipo de problema, os gastos operacionais são 40,5% maiores do que se as estradas estivessem em ótimas condições. Já no Sudeste, onde as estradas estão em melhores condições, esta oneração ficou em 27,7%. 

A pesquisa também mostra diferença significativa no aumento dos custos conforme a gestão das estradas. Naquelas sob controle público, o crescimento chega a 35,2%, enquanto nas concedidas, esta majoração fica nos 16%.

 

 

Gastos com combustíveis

Um gasto extra importante gerado pelas estradas ruins vem do consumo de combustíveis. O estudo da CNT. A estimativa é que, em virtude das condições das estradas, em 2021 o gasto extra chegará a R$ 4,21 bilhões. Foram 956 milhões de litros de diesel consumidos de forma desnecessária.

Além de toda a despesa extra gerada, este consumo excessivo também representa forte impacto ambiental.  O crescimento nas emissões de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera chega aos 2,53 milhões de toneladas.

 

Custos com acidentes

As condições ruins de circulação nas estradas do país também influenciam nos gastos resultantes de acidentes rodoviários. Somente entre janeiro e setembro de 2021, a Polícia Rodoviária Federal registrou 47,7 mil ocorrências em vias federais. Estes acidentes representam uma despesa estimada de R$ 8,85 bilhões ao país. 

Nas conclusões do estudo, a CNT aponta como é essencial a ampliação dos investimentos na construção de novas vias e na manutenção das já existentes. Para isso, a entidade aponta como  essencial a continuidade do processo de concessão de ativos à gestão privada. Atualmente, o Plano de  Parcerias de Investimentos (PPI) dispõe de uma carteira de projetos com R$ 146,9 bilhões destinados ao setor rodoviário.  Cobra também maior atenção por parte do Estado para as estradas sob sua gestão.

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