Rodovias

BR – 381: a rodovia que nasceu pelas mãos dos Bandeirantes
25 de fevereiro de 2022 | Por Natália Tokuzumi

Um caminho aberto para a exploração de esmeraldas no interior do Brasil durante o século XVII, hoje é uma das principais rodovias da Região Sudeste. Ao ligar os estados de São Paulo, Minas Gerais e Espirito Santo, a BR-381 se constitui em um das rodovias mais importantes para a economia do país.

Neste post, vamos falar um pouco sobre a história desta estrada, diretamente ligada ao crescimento da região sudeste. Em seus mais de 1,1 mil km, a BR-381 é marcada pelas riquezas que circulam pelo seu asfalto. E também pelos perigos que propicia aos seus usuários. Tanto que um de seus trechos ficou conhecido como a rodovia da morte.

 

Rota de Bandeirantes

As conquistas dos Bandeirantes, tão importantes para o desenvolvimento da região sudeste, estão por trás do surgimento da BR-381. Um dos mais famosos dele foi Fernão Dias Paes Leme, conhecido como caçador de esmeraldas. Foi ele quem abriu uma das primeiras ligações terrestres entre São Paulo e Minas Gerais, ainda no século XVII.

A transformação deste caminho dos exploradores em uma rodovia, de fato, só aconteceu 300 anos depois. Em 1960 foi inaugurado o primeiro trecho da BR-381, então chamada de BR-31, entre Belo Horizonte e João Monlevade, rumo ao norte. 

No ano seguinte, o presidente da República, Juscelino Kubitschek, inaugurou a BR-55 entre a capital mineira e São Paulo. Estava pronto o traçado daquela que ficaria conhecida como a Rodovia Fernão Dias. 

Para viabilizar a estrada, foi preciso contornar duas regiões de serra no entorno de Belo Horizonte. A alternativa de escavar um longo túnel no maciço montanhoso para eliminar as curvas e reduzir a distância, se mostrava muito cara. 

Desde 2008 sob concessão da empresa Arteris, o trecho de 562 km exerce grande influência na economia da região. Pela Fernão Dias circula mais de 40% da economia mineira. E 25% da população do Estado está sob sua área de influência. 

 

 

Rodovia da morte

Em direção ao norte, de Belo Horizonte até o município de São Mateus, no Espírito Santo, a BR-381 também exerce grande influência na economia local. A rodovia ainda costuma receber destaque pelo volume e gravidade dos acidentes nela registrados. 

O trecho entre a capital mineira e Governador Valadares, por exemplo, ficou conhecido como a rodovia da morte. Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT),  trata-se da estrada brasileira com mais acidentes com vítimas por quilômetro no país. Em 2021, foram 265,8 ocorrências do tipo a cada 100 km.

A pista simples, o traçado sinuoso e os vários trechos com obras e serviços inacabados ajudam a explicar o grande número de acidentes. Considerada essencial para economia da região, que engloba o chamado Vale do Aço e o Vale do Rio Doce, a estrada está entre as prioridades da agenda de concessões do Governo Federal. 

O leilão do trecho, previsto para ocorrer no dia 25 de fevereiro, foi suspenso para revisão do edital. A BR-381 deverá ser concedida à iniciativa privada juntamente com BR-262. 

Com 686 km no total, o lote deverá receber R$ 7,3 bilhões em investimentos. Entre as obras previstas estão  402 km de obras de duplicação, 228 km de faixas adicionais e 131 km de vias marginais, além de outras melhorias. 

 

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