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A hora e a vez das ferrovias
26 de novembro de 2020 | Por Natália Tokuzumi

Como o setor ferroviário tem se destacado no planejamento da infraestrutura brasileira para os próximos anos

 

A matriz de transportes no Brasil e o reinado das rodovias

Os esforços para transformar a matriz de transportes do Brasil são verdadeiramente prioritários na atual administração pública, seguindo um caminho que já vinha sendo trilhado há alguns anos, mas que efetivamente não se convertia em entregas à sociedade. 

Crises como a greve dos caminhoneiros (por conta do aumento do diesel), os bloqueios de pedágios em 2018 (por conta da cobrança de eixo suspenso) e o fechamento do Porto de Paranaguá em 2004 (pela cobrança de diárias de caminhões parados em filas), deixaram evidentes não só a enorme fragilidade das condições de trabalho de uma categoria tão importante para nosso país, mas também a forte dependência das rodovias no transporte de cargas brasileiro. 

Quase que uma regra em todos os segmentos empresariais por aqui, e não diferente para os transportes, a competitividade do Brasil no cenário internacional têm fatores que resultam predominantemente da gestão do poder público: os preços dos combustíveis, a alta carga tributária, a segurança, a burocracia, e as condições precárias da nossa infraestrutura são os principais, neste caso. 

Mas, finalmente, o chamado “Custo Brasil” está sendo atacado de frente, e a solução para alguns dos problemas enfrentados neste cenário se baseia na mudança da nossa matriz de transportes, que passará a priorizar as ferrovias (onde o custo para transportar cargas é bem menor em relação ao modal rodoviário) através de sofisticadas iniciativas na estruturação de projetos e nos contratos de concessão.

 

Esforços estratégicos no setor ferroviário

Renovações antecipadas, investimentos cruzados e parcerias para emissão de certificações que permitem financiamento por green bonds são apenas algumas das inovações do setor nos últimos meses, comandadas pela gestão ministerial atual e baseadas em projetos remodelados pelo PPI – Programa de Parcerias de Investimentos e outras instituições. 

Projetos bem estruturados, ambiente regulatório previsível e demanda firme permitem aos investidores de todo o mundo (são trilhões de Reais buscando taxas mínimas de retorno) aportarem capital no Brasil e viabilizarem bilhões de Reais em investimentos que o país precisa, mas que o Estado não tem condições de fazer. 

Como aponta Marcos Ferraz, especialista em superestrutura ferroviária da Barufi Consultoria, ferrovias como a Norte-Sul, a Ferrovia de Integração Oeste-leste (FIOL), a Transnordestina, iniciadas há décadas, finalmente têm trechos sendo entregues para operação dentro do cronograma e do prazo previsto. Isso sem falar nos ramais ferroviários em diversos portos e das ampliações de capacidade da Malha Paulista da RUMO e da malha da MRS, cujas renovações viabilizaram mais de R$ 20 bilhões de investimentos para os próximos anos. 

 

Impacto dos Investimentos  

Em paralelo, os investimentos no setor deverão contribuir para o desenvolvimento das regiões por onde passarão as ferrovias e os transportes de passageiros, gerando mais empregos e fomentando negócios locais. A movimentação esperada gira na casa dos bilhões e vem instigando diversos players do setor.

À espera do lançamento do edital da Ferrogrão, que encontra-se em fase de acórdão no TCU e que deverá ser concedida por 69 anos, produtoras de grãos já se movimentam para formar consórcios e concessionárias investidoras de outros setores também já demonstraram interesse nos projetos ferroviários. 

Tradings como ADM, Bunge e Cargill também são grandes interessadas nas licitações, já que projetos como a Ferrogrão irão proporcionar uma adequação no sistema de transporte brasileiro e que elas já possuem investimentos bilionários em infraestrutura logística. As rodovias, principal modal utilizado atualmente, em sua essência não foram criadas para cobrir as distâncias de milhares de quilômetros necessárias para o transporte de cargas. Além disso, os trens são mais eficientes ambiental e energeticamente, o que vai de encontro às vertentes sustentáveis que vêm sendo buscadas pelas empresas.

 

Preparados para a mudança

Com o histórico do setor e a velocidade com que os projetos têm caminhado, tanto a mão de obra especializada quando os maquinários e equipamentos necessários para as obras de infra e superestrutura acabam se tornando escassos. 

Neste cenário, profissionais com experiência na execução de projetos ferroviários, em estudos, planejamento, análise de custos e risco devem agregar um diferencial competitivo para empresas e projetos, evitando perdas de investimentos e otimizando os recursos para as obras necessárias. 

A Barufi Consultoria conta com uma equipe de Experts em ferrovias, com anos de experiência no setor, aliados a Engenheiros de Custos que estruturam orçamentos para os maiores projetos de infraestrutura do Brasil. 

Conte com a nossa equipe para orçar, estudar, avaliar riscos e analisar seus investimentos em infraestrutura. 

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